23.3.08

...don't stop run - 28 Weeks Later

“Seis meses após um poderoso vírus ter aniquilado a população britânica, a reconstrução do território começa a ser feita pelo exército norte-americano. As famílias refugiadas voltam a se instalar em suas casas, mas uma delas, sem saber, carrega um portador de uma mutação tão destruidora quanto a anterior. O caos e a epidemia voltam a se alastrar pelas ruas, obrigando o mundo a se mobilizar contra o mal.”

Fósforo aceso, 3 últimas latas de grãos-de-bico e vinho na mesa. Na mesa também estão um casal sem seus filhos, mocinha sem namorado guardando um prato de comida a sua espera, um tipinho realista e sem esperança e um casal de velhinhos sorridentes. Um caso específico de sobreviventes isolados em uma casa sem pressa de sair, pois lá fora a cambada de raivosos personificados por Danny Boyle no incrível 28 Days Later e mantidos na seqüência estão em transe, famintos e com raiva, literalmente falando. Segundos após para perceber que não se trata de um início apenas, mas da melhor cena do filme e um pouco mais. Que cena! Mas para por ai. 28 Semanas depois é o momento de reconstrução da nação britânica após ter se livrado dos contaminados e isolado uma área fora de risco. Danny Boyle não dá as caras na direção desta vez, dando lugar a Juan Carlos Fresnadillo. Não é difícil perceber a perca que foi a ausência de Boyle para o filme.
Com um orçamento pomposo e distribuidora dando total credibilidade à seqüência, Fresnadillo usa e abusa muito bem. Mas sua intenção não é a mesma que a de 28 Days Later e acaba se esquecendo que não está trabalhando com o gênero terror, apenas. O seu maior erro foi ter pressa demais para estragar tudo e trazer de volta a contaminação. Não percebemos uma vontade muito interessada em discutir moral e ética americana quanto ao tratamento dos sobreviventes, não há aqui uma organização e discussão filosófica ou sociológica entre os isolados a não ser o velho clichê de criar um grupo que protagonize as fugas, as mortes e o sentimentalismo que proporciona durante o filme. O pouco destes elementos que são considerados não conseguem ganhar intensidade suficiente para marcar a obra como crítica e metafórica. Extermínio 2 oferece todo o horror e sangue que não vemos no longa de Boyle. Quanto a forma que é feita não há muito que reclamar, afinal Fresnadillo cria situações bem originais e ousadas com direito a drama e violência familiar intenso. Em certos momentos até cansa esse draminha, que começa a soar chato e sem muito efeito no final da projeção.
A dúvida que não quer calar é se ainda há tempo para uma volta triunfosa de Danny Boyle na seqüência que vem a seguir, passados 28 meses. Já não seria tarde demais? O que é fato é que a ambientação de 28 Weeks Later foi pouco explorada e talvez seja a que daria melhores resultados. O que vem pela frente ainda é novidade, mas vai requisitar muita criatividade.

11 comentários:

Ronald Perrone disse...

Bom filme... digno de ser uma continuação do original...

Anônimo disse...

Na boa mesmo? Nunca imaginei que essa continuação poderia ser algo perto do original, mas pelo que disseram até me animei em assistí-la... veremos

Gustavo H.R. disse...

Praticamente todas as resenhas na blogosfera próxima foram favoráveis a essa continuação, mesmo que não tenha alcançado o nível do primeirão. Aliás, preciso ver os dois!

Cumps.

Unknown disse...

Eu fico com muito receio de conferir esse título, porque simplesmente adorei o primeiro extermínio - e costumo detestar filmes de terror. E acho também que gostei de 28 days later por causa do Danny Boyle...

Abs!

Kamila disse...

Este filme é muito bem feito. Tecnicamente, um primor. O que me incomoda em obras nesse estilo, no entanto, é a exploração do sangue. Aquelas cenas cheias do vermelho. Isso me dá agonia.

Anônimo disse...

Considero o primeiro melhor, mais pelo estudo pertubador do ser humano realizado pelo nervoso Danny Boyle. Mas Fresnadillo e companhia não decepcionaram e entregaram um filme quase a altura. Faltou pouco mesmo. E a parte técnica ta bem melhorada. Só o elenco que foi retrocesso, mas nem por isso decepciona. É tenso ao extremo.

4 estrelas.

Otavio Almeida disse...

Cara, eu gosto do primeiro, porém não acho uma maravilha.

Mas essa seqüência me decepcionou. Só pq o Robert Carlyle é um ator mais caro que os outros desconhecidos, não quer dizer que dá pra acreditar num zumbi só aparecendo em tudo quanto é canto.

Abs!

Lucas Santtos disse...

Cara. adoroo filmes a este estilO! Esse eu nunca vi, mais me deu uma baita vontade de assistir. já lançou em DVD????

LegaL o blOG aqui,. até mais ae;
HASUDHAUSHDU

Anônimo disse...

Taí um que aindda não tive coragem... quanto ao diretor: sabe que gostei de seu trabalho no filme "Intacto", vc assistiu?
inté

Alyson Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alyson Santos disse...

Adoro os dois filmes, pois considero ambos do mesmo nível. Juan Carlos ainda não me prendeu confiança, mas com certeza pode conquistá-la. Considero também os dois filmes os melores filmes de Zumbis já feitos (Romero que me perdoe). E também, graças a esse filme, Imogen Poots torna-se uma das revelações do ano (2007).

Gostei do Blog. Farei mais visitas.

Thus!

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