17.8.07

...a Lady de Shy - A Dama na Água

"Cleveland Heep tem tentado desaparecer entre as lâmpadas queimadas e os aparelhos quebrados do complexo de apartamentos Cove. Mas na noite que muda sua vida de forma irreversível, ele descobre que uma outra pessoa está se escondendo na rotina desinteressante do modesto prédio: uma jovem misteriosa chamada Story, que está morando nos corredores abaixo da piscina do prédio. Cleveland descobre que Story é na verdade uma "narf", personagem de uma história de ninar épica, semelhante a uma ninfa, que tem sido perseguida por criaturas malignas determinadas a impedi-la de fazer a perigosa viagem de volta do nosso mundo ao seu."
Filmes odiados e escorraçados são convites pra mim, sempre quero tirar a prova. É interessante dizer isto, mas são os filmes que geralmente mais me surpreendem e me deixam na situação de admirador nato. Aconteceu isso com Extermínio, A Passagem, A Fonte da Vida e vários outros. A Dama na Água foi outro alvo de críticas negativas, principalmente por ser um filme com o rótulo de M. Night Shyamalan, um diretor de peso por suas obras sempre acima da superficialidade.
É incrível como até os cinéfilos, pessoas que se presumem ser “cabeça aberta”, sem preconceitos (se é que isso existe mesmo em alguém), as vezes se mostram conservadores, seguidores de padrão. Shyamalan com A Dama na Água mostra realmente que é excepcional e criativo, mas leva uma pancada do público que não soube olhar sua película com olhos sem padrões. Enfim, a própria identidade de direção do cineasta foi o motivo de tantas críticas, por neste filme apresentar uma história mais sensível.
A Dama na Água é um conto delicioso! Estávamos em três na sala, três adolescentes comendo brigadeiro após uma sessão pipoca é claro, faixa etária?! 16 anos! Três jovens sonhadores ao ponto de interagir ao máximo com o filme...foi incrível! É como se tivéssemos voltado aos tempos de infância, tempos de contos de fadas. Isso é a prova de que este conto de Shyamalan não é nada infantil, pelo contrário, um conto muito bacana (escrito por Shyamalan que lia para seus filhos), inteligente e suave.
Superficial?! Não...está longe de ser superficial! O filme é muito bem roteirizado e produzido, tudo se torna convincente da forma que é fotografada, belamente fotografado! Além disso é inegável que lições de moral e críticas estão lá, no meio das narrativas um tanto familiares com a situação em que vivemos...em certo momento ouvi: “oh, isso foi uma crítica ao Bush”! Parei pra pensar, realmente se encaixou. Se foi muita viagem ou não, isto não interessa. Um bom filme quando desperta visões além do que pretendia, se mostra como um ótimo filme. Shyamalan realmente conclui com lições bem Disney, deixa claro que todo ser tem uma importância, um papel a desempenhar e que para se alcançar boas novas e levar esperança é sempre importante a ajuda de todos, pois sempre há os scrunt (monstros que passam por cima da lei para evitar que algo muito bom aconteça) e a justiça que tarda sempre (esqueci o nome que representa). Por mais que sejam morais simples, no estilo Disney, Shyamalan cria situações mais sérias, que permitem maiores reflexões!

Personagens suburbanos e simples, por mais que atípicos, é o outro forte do filme! São responsáveis por cenas cômicas, principalmente as do grande Paul Giamatti (que faz o zelador do diferente condomínio) e as cenas do cínico crítico de cinema que acaba de chegar ao prédio (uma das cenas mais engraçadas e originais que já vi, quando o personagem fica de frente a um scrunt). A relação dos personagens na trama é de suma importância e a forma que Shyamalan exibe lembrou muito a simplicidade de Almodóvar.
Um filme no estilo “ame ou odeie”, mas para os mais conservadores basta esquecer que é Shyamalan que dirige, talvez resolva o problema que estão apontando por ai!
Diversão suave e morais agradáveis fazem do filme uma grande viagem!

13 comentários:

Marco disse...

Ainda não vi, mas adorei todos os outros filmes do Shyamalan (até mesmo Sinais e A Vila).

Anônimo disse...

William, infelizmente eu detestei A Dama na Água. Nada contra o cinema fantástico que o Shyamalan faz, na verdade gosto muito dele como diretor, mas achei o roterio do filme muito ruim, mal acabado e cheio de furos. Além de conter algumas lições de morais infantis demais (caso fossem mais bem trabalhadas até que não seriam tão ruins), acho que aqui ele perdeu a mão. Espero que ele melhore, mesmo, porque seria muito bom ver um outro filme dele no mesmo nível de O Sexto Sentido. Abraço!!!

Anônimo disse...

Gostei do filme, simples e sofisticado, é literalmente uma história de ninar. As intenções de Shy são louváveis.
Mesmo assim, é o mais fraco do diretor. Daria 3 estrelas também.

A Vila e Sinais vêm sem seguido, dois densos e belos trabalhos para o gênero, intrigantes e de intertextualidade intensa. 4 estrelas cada.

Os melhores são Corpo Fechado e Sexto Sentido, surpreendentes, majestosos, meticulosos e maravilhosos em todos os sentidos imagináveis. 5 estrelas cada.

Ronald Perrone disse...

ainda não vi esse... mas estou com ele aqui e vou ver o mais breve posível! Abraços!

Dr Johnny Strangelove disse...

Olha ... eu achei um dos melhores filmes do ano ...
esse foi um filme do tipo 8 ou 80 ... ou gosta ou odeia ... eu gostei e muito e quando revi ficou bem mais tranquilo. é uma obra menor do diretor, porém muito bom por sinal.
abraços

Wanderley Teixeira disse...

Sabe,William com A Dama na Água acabei dando o braço a torcer para as críticas negativas feitas a Shyamalan.Adoro o diretor e seu melhor filme para mim continua sendo A Vila,esse sim rico e repleto de significados.A Dama na Água me parece ineficaz e vazio mesmo,apesar de ter momentos muito bons,nem todos são inspirados.

Alex Gonçalves disse...

Foi uma experiência única e especial quando vi “A Dama na Água” na sala de cinema. Se já bastasse a ótima fábula que Shyamalan criou, ele ainda transmite reflexão e emoção em todos os instantes. São propostas simples de serem ditas, mas que poucos cineastas tem o talento necessário para transpor na tela, onde um filme pode ser muito mais que simples entretenimento.

Anônimo disse...

Não gosto nem um pouco de A Dama na Água, e não é uma questão de conservadorismo. Kubrick era um diretor q não se segurava em nenhum estilo e, talvez por isso, é meu diretor preferido! A Dama na Água, no entanto, trata-se de um filme de roteiro confuso e raso. Chega a doer ver um ator como Gimatti se deitar como criança em um sofá e tomar leite com biscoitos para q a senhora termine d contar a história para ele. Cenas desse naipe minam qq vontade d constinuar vendo o filme. Mas como resisti e fui à frente, sei q Shyamalan errou pela 1º vez.


leiam
http://blogcinefilia.zip.net/arch2007-02-25_2007-03-03.html

Gustavo H.R. disse...

Um filme nada convencional para os padrões de hoje, contendo decisões artísticas questionáveis, mas corajosas. Não fica à altura das obras-primas anteriores do autor, mas impõe-se como um convite à união, à comunidade, enfim, uma bela de natureza humanista.

Anônimo disse...

Gosto muito, muito mesmo desse filme do Shyamalan, sem dúvida um dos melhores do ano passado. Acho que foi um tanto incompreendido, merece uma revisão por parte daqueles que não gostaram (bem como "Fonte da Vida").

Até mais!

Otavio Almeida disse...

Defendi Shyamalan em SINAIS, A VILA - até pq gosto bastante dos filmes e um monte de gente odiou.

Mas em A DAMA NA ÁGUA não deu. Ele fez um filme para ele. Com linguagem própria. É um saco.

Abs!

tha disse...

Eu sou da esfera do "ame".

Achei A Dama na Água perfeito por sua simplicidade e, ao mesmo tempo, excentricidade.

Realmente não acho que seja o melhor do diretor. Mas também, ainda não cheguei em nenhuma conclusão para qual seria o melhor de Shyamalan...

Unknown disse...

Bravo!
Amei o que vc disse sobre o filme.
A maioria me condena por gostar de A Dama na Agua e tb de A Vila...tds os filmes dele simplesmente sao fantastico.
Adoro o seu bom gosto para filmes, combina com o meu, os filmes odiados tb são um covinte para mim.
Beijos