6.7.08

...take me to your heart - Coração Selvagem

Love me tender
Love me sweet,
Never let me go.
You have made my life complete,
And i love you so.
Love me tender
Love me true,
All my dreams fulfilled.
For my darlin' i love you,
And i always will.
Love me tender
Love me long,
Take me to your heart.
For it's there that i belong,
And we'll never part.
Love me tender
Love me true,
All my dreams fulfilled.
For my darlin' i love you,
And i always will.
Love me tender
Love me dear,
Tell me you are mine.
I'll be yours through all the years,
Till the end of time.
Uuhhhhh, uhhu…uhu, uuhu! Lah, lah…lahh, lah lah lah lahhhwww!
Oh Elvis!

“ - Let’s go dance, baby.
I’m ready”
E o rock’n roll entra em cena feito orgasmo de 100 mulheres e um porco. Nicolas Cage e Laura Dern dançando em psicodélia sexual, pele de cobra e seios modelados por couro frenético. Cabelos louros desgrenhados, malboro preso na boca e esmalte vermelho ao volante de um conversível em fúria pelas estradas do Texas.
Yeah, um road-movie do caralho!
Lynch deixa claro que ser o símbolo da bizarrice exige eloqüência e confiança, ao contrário de uma simples arte de criar a estranheza por si só, incompreensível e fútil como dizem alguns anti-lynchianos. Tudo acontece quase como uma modernização de O mágico de Oz, isso é o que dizem por aí (não lembro dessa história apesar de ter certeza de que fez parte da minha infância). Basicamente, trata-se de dois jovens dispostos a fazer de tudo para viver a paixão alucinada que sentem um pelo outro, mesmo que para isso seja necessário fugir da sogrona diabólica. Lynch desde Eraserhead mostrou um lado perverso para lidar com personificações de sogras, prefiro não me lembrar daquilo que vi. Em Coração Selvagem, a energia musical da vida loca é personagem constante e molda todas as ações dos personagens atípicos e alucinantes. Os assassinos contratados pela mãe da mocinha são os toques mais bizarros e violentos da trama, apesar de assumirem um cômico trash no contexto.
Esse contexto de sexo, nudez, erotismo, rock'n roll e diálogos despretensiosos marcadamente joviais é a tragada que Lynch nos obriga dar. A Fotografia é notória e estimulante até para leigos. Nicolas Cage, Laura Dern, Willem Dafoe, John Nance, Crispin Glover, Diane Ladd, Isabella Rossellini no elenco. Agradou a Cannes e recebeu a Palma de Ouro. Coração Selvagem é uma viagem bem “Elvis não morreu”!

15 comentários:

Anônimo disse...

Conheço a música do Elvis Presley, mas não sabia desse filme do David Lynch. Apesar de ter uma relação de amor e ódio com os filmes desse diretor, juro que fiquei curiosa para assistir a este filme.

Fabrício Veloso disse...

Li numa revista que David Lynch afirmara que Coração Selvagem é o seu Mágico de Oz, mas sem a presença do cachorro Totó huahuahuahaua

Anônimo disse...

Adoro esse filme, Will, e concordo com TUDO o que você escreveu. É uma produção que não se contenta com a tela. Ela transborda e contagia. É o que Lynch mais gosta de fazer, colocar seus filmes num patamar anos luz do cinema chapado.

Ser cinema e emoção é mesmo com Lynch! Adorei o texto.

Rafael Carvalho disse...

William, depois de Cidade dos Sonhos esse é o Lynch que eu mais gosto e parece que pouca gente conhece o filme, ou pelo menos não parece um dos mais reverenciados da carreira do diretor. A gama de imagens incríveis que esse filme oferece é incrível (a casa em chamas, a dança na boate, o assédio do assassino em cima de Laura Dern, o assassinato cometido por Nicolas Cage no início, só para contar os que eu me lembro). Mas nada é melhor do que aquela cena final em que nunca pensei que me emocionaria tanto com Nicolas Cage cantado Elvis Presley! Valeu pelo texto inspirado, William!

Anônimo disse...

É um dos melhores filmes do David Lynch que assisti.
Bem divertido e malucão. Aquela cena de Nicolas Cage chutando o vento com uma música de Heavy Metal é muito massa hehehehe
Muito bom mesmo!

Anônimo disse...

Quero muito ver. Alias, o cinema todo de Lynch me instiga. O próximo será "Veludo Azul".

Ciao!

Rodrigo Fernandes disse...

Lynch é oc ara.. faz cada filme louco... no boms entido, logico.. mas que é uma doideira só, isso é.. o pior que tudo alí tem um proposito, tem um fundamento...
esse ainda não vi, mas estou pondo a filmografia do cara em dia...
abraços!!!

Red Dust disse...

É um belíssimo filme. Muito bem escolhido o par protagonista, pois existiu uma simbiose perfeita entre os dois na grande tela. É um dos melhores de Lynch.

Gustavo H.R. disse...

Quero muito ver essa viagem de Lynch, ainda mais para conferir o trabalho de Diane Ladd!

Cumps.

Anônimo disse...

E mais um filme q nunca vi q entra para a minha lista de proridades...

Alexsandro Vasconcelos disse...

Confesso que não assisti esse filme. Acho o Nicolas Cage tão medíocre que é difícil me chamar a atenção. Mas a música no começo senti até um flashback passando por mim... ^^

Abração!

Unknown disse...

Cara, isso é um filmaço! Dos melhores road movies já feitos na história do cinema. Você disse bem aí na sua resenha o que é Coração Selvagem. Violento pra caralho, divertido pra caralho, colorido pra caralho. E com aquele desfecho incrivelmente lisérgico, marca registrada do Lynch. Putz, adoro!

Abs!

Ronald Perrone disse...

Ótimo filme do Lynch, embora não seja o melhor dele... agora, a música do Elvis é clássica!!!

pseudo-autor disse...

Só mesmo David Lynch poderia produzir esse conto de fadas adulto. Um tempo em que Nicolas Cage não se vendia por qualquer contra-cheque. Até hoje fico com a canção Wicked Games marcada na minha cabeça!

Discutir Mídia e Cultura?
http://robertoqueiroz.wordpress.com

fabiana disse...

O que é Laura Dern pagando de bitch nesse filme, minha gente? Eu adoro essas musas não convencionais do Lynch...