13.10.07

...a vida em outro ritmo - Spun

Não é tarefa fácil fazer um filme junkie. Cortes, montagens e edições ganham uma dimensão gigantesca neste tipo de película. O ritmo frenético e delirante é ingrediente indispensável. Trilha sonora é livre já que aqui o “nada a ver” é um estranho aceitável. Então o que faz de um junkie bom ou ruim? Que ponto deve ser observado em filmes que falam sobre drogas se até na Tv Xuxa os baixinhos já sabem os riscos e conseqüências dos tais “cristais”!?
Resp a - Roteiro! (não deixa de ser convincente)
Resp b - Interpretações (um ponto indispensável)
Resp c – etc... – (fala sério...)
Se alguém faz questão de responder vai em frente, mas acho que o resultado geral é o que define um bom filme junkie ou um comum/normal/ruim filme junkie! A somática de tudo! Montagem, edição, roteiro, interpretações e principalmente, o fluir do enredo!
Trainspotting, Diário de um adolescente, Requiem para um sonho e Spun são filmes que se resumem em uma coisa só (drogas), mas se estendem em dimensões e focos diferentes. São alguns exemplos de junkies que deram certo, pois são convincentes. Mas quais nesta história não são?
Resp a - Aos Treze (talvez...)
Resp b - Burguesinha em O Clone (se tratando de uma questão “global” acaba surpreendendo, mas que viagem a minha....descartem! )
Resp c - Todos (!?)

Façam suas análises!
Pra mim é indispensável a dimensão “zen remix” neste tipo de filme, ângulos estranhos, torcidos e puxados, a maneira que a história é retratada, por mais clichê e comum que seja.
Spun – Sem limites (“Sem limites” - incrível a originalidade e qualidade que nossos títulos nacionais atingem, mesmo subtítulo dado a Trainspotting!) é colorido ao extremo o que já diferencia de muitos outros que usam e abusam de fotografia seca, deprimente e cinzenta. Ângulos estranhos e retorcidos estão muito bem neste filme e estabelecem um paralelo fantástico com as atuações de
John Leguizamo (extraordinário), Brittany Murphy (lindamente profissional), Mena Suvari (um lixo cinematográfico). Cenas marcantes é outro ponto forte pelo comando na direção do desconhecido Jonas Åkerlund. Sua estréia mostra que tem originalidade em seu estilo, impossível não ressaltar a cena de delírio de um dos viciados em que outro personagem se transporta para um plano em que se apresenta como um deputado em frente a bandeira norte-americana e começa a dizer o quão bem devemos tratar a xoxota (a intenção é linda, um político falando asneiras em frente a bandeira norte americana, algo comum não!?). Uma cena e tanto entre várias, mas nada que se compare ao personagem de Ewan McGregor entrando e saindo da privada em Trainspotting, por exemplo. Spun não se resume em clichês, o que é mais um ponto positivo. Dessa vez não tem mãe desesperada e cia., quase todos estão na mesma e não há espaço para grandes tragédias e choros, mas finais toscos dignos de pirados chapados. Um filme que não foi feito para dar impacto e sim para fazer diversão, entretenimento e história em um mundo em que se vivem em outro ritmo. Funciona muito bem, mas não é um filme indispensável. Para quem ama o cinema junkie, é uma ótima opção!
Falando em cinema junkie, alguém ai conhece junkies do cinema mexicano, oriental, francês...? Não conheço nenhum...seria interessante visões diferentes deste gênero alucinante!

11 comentários:

Alex Gonçalves disse...

William, tenho o DVD de "Spun - Sem Limites" no meu acervo, já que não o encontrava nas locadoras. Será que fiz um bom investimento. Se for ver pelo seu texto, talvez.
Ah, ia passar no penúltimo post para falar a respeito de Bernardo Bertolucci, mas não vi praticamente nada do cineasta.
Excelente semana.

Gustavo H.R. disse...

Filmes "junkie" como um subgênero são coisa nova para mim, após sua análise desse em particular (que conheço só de nome) e das características que compõem tal grupo (RÉQUIEM é uma experiência forte).
Bem que Mena Suvari poderia ter desabrochado mais no cinema, se levada em conta sua participação em BELEZA AMERICANA!

Anônimo disse...

Taí algo bem interessante pra se ver!

Andressa Cangussú disse...

Will!!!
Babei no texto do início ao fim!
Deu super vontade de ver Spun! Só não sei se encontrarei por aqui...

Gostei muito do "histórico" de filmes do gênero e realmente o que os faz serem bom ou ruins é o todo, pois acaba sendo difícil interpretar os elementos separadamente e usá-los como critérios de julgamento.

A propósito, não gostei de Aos treze...

Beijos miojo!

Anônimo disse...

Só faz um bom filme junkie quem já foi ou é um junkie. Recomendo "China White Serpentine", de Robin Garrels. Abraço!

jamagonça disse...

Cara, Trainspotting e Réquiem para um Sonho são os melhores. Cada qual abordando um lado junkie, se completam. Grandes momentos de Danny Boyle e Darren Aronofsky!
A propósito, belo post.
Grande abraço,
Jamile.

Núsch disse...

Sempre vejo esse filme nas prateleiras, mas sempre fico no 'pego ou não pego?', sabe como é? e acabo não pegando.
Agora vou pegar :B

Ótimo blog, vou passar mais vezes por aqui.

Abraço

Núsch disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Núsch disse...

Ah! que bom que gosta do meu blog, adorei seu elogio, isso me faz não parar de escrever lá.
Concordo sobre o Burton, esses filmes atuais dele estão muito caricatos, mais fofinhos que sombrios. Não gostei nada do remake de A Fantatica Fabrica e esperei tanto para vê-lo..

heloisa-cardoso@hotmail.com

Me adiciona para falarmos mais.

Abraço!

Alexsandro Vasconcelos disse...

não sei por que, mas não gostei nem um pouco do que esse filme se trata...
hehe

abraço

Rafael Carvalho disse...

Cara, sabe que nunca ouvi falar desse filme? Me pareceu interessante, mas tem tanto filme aí de drogados que são (com perdão do trocadilho) uma droga. Mas assim que pintar uma oportunidade para ver Spun, não deixarei passar. Valeu!!